
IMORTAL
Sóira Celestino
O que dizer, que sem ti,
Faltam-me as palavras e o verso,
Que o sol há muito perdi,
Em treva e inverno imerso.
A frágil rosa que teu corpo adubou,
Só demonstra aquilo que tu és,
Cinzas e saudades do que passou,
Da explosão da vida o revés.
A mim resta apenas a dor,
O vazio que nada completa,
Por ter sido apartado do amor,
Pela morte que todo sonho deleta.
Se a ti cabe a eternidade,
A mim, efêmeros momentos,
Diante da veracidade,
Em meio há tantos tormentos.
De que apenas somos pó,
E a ele voltaremos,
Imortal mesmo só,
O amor que devotemos.
Como diria John Byrne, em seus quadrinhos "O Mundo de Krypton", "tão belo e tão triste".
ResponderExcluirUma ótima elegia, sem dúvida.